domingo, março 24

Conflitos geracionais


A eleição de Bruno de Carvalho para presidente do SCP, transporta em si uma mensagem muito importante ao abrigo do quadro político-cultural do nosso país, a de que foi dado início ao começo de um novo ciclo que pretende afrontar os vários poderes institucionais que nos têm vindo a dominar de uma forma velada, instrumentalmente moralizadora e desvergonhada.

Desde o nascimento do nosso estado de direito que temos vindo a assistir a um conflito geracional em que a geração dos anos sessenta exerce o poder de uma forma supressiva não dando a oportunidade à geração subsequente de se afirmar no exercício dos múltiplos cargos que se inserem no âmbito das funções governativas dos diferentes poderes institucionais.

A elevada taxa de desemprego no nosso país, não tem só a ver com o índice de insolvências actualmente verificado no tecido empresarial, tem também a ver com a manutenção ad eternum nos cargos das empresas de um elevado número de activos que, de uma forma já inoperante e desajustada às exigências do desempenho, aguardam pela idade da reforma – outro dos paradigmas de gestão conceptualizados pelos centros de decisão da União Europeia que evocando a sustentabilidade de um regime de prestação social, vai alargando o período da vida activa de cada cidadão, independentemente do factor capacitação e/ou habilitação -. Este facto aliado à incompreensão, egoisticamente pautada por parte desta faixa etária, na cedência às novas gerações dos seus lugares de conforto, tem vindo de igual modo e de uma forma indirecta a contribuir para a espiral recessiva da nossa economia, já estruturalmente bastante debilitada.



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