sexta-feira, dezembro 21

BOM NATAL E FELIZ ANO NOVO

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UNICEF Fotos do Ano de 2007

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Bom Natal e Feliz Ano Novo
Merry Christmas and Happy New Year
Joyeux Noël et Bonne Année
Frohe Weihnachten und glückliches neues Jahr
Feliz navidad y feliz año nuevo
Zorionak eta Urte Berri On
Bon Nadal i un Bon any nou
Felices Pasquas Y Felices Ano Nuevo
Buon Natale e Felice Anno Nuovo
Wesołych Świąt Szczęśliwego Nowego Roku
С Рождеством Христовым С Новым годом
幸せなホリデーシーズン
節日快樂
Noeliniz Ve Yeni Yiliniz Kutlu Olsun
سعيدة في موسم الأعياد

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terça-feira, dezembro 18

Requiem da «portucalidade»


Na passada semana, no jornal das nove da Sic Notícias, o Dr. Alfredo Barroso, um dos habituais comentadores daquele bloco noticioso, ao ver-se confrontado com a opinião bastante elogiosa de Narana Coissoró sobre a presidência portuguesa da União Europeia, referiu, antes de "se ver forçado" a seguir a mesma linha de raciocínio, o facto de ser «politicamente correcto» dizer-se bem do exercício desta presidência.
Já anteriormente, aquando da polémica que se instalou relativamente à aquisição por parte do governo das obras que compõem o acervo do Museu Berardo, este comentador foi altamente crítico quanto a este acordo, tendo afirmado que as obras expostas no Centro de Arte Moderna e Contemporânea, no Município de Oeiras, que alberga a colecção de Manuel de Brito, referente à arte portuguesa do século XX, seriam em tudo superiores às da colecção Berardo: como se pudessem existir parâmetros de comparação entre estes dois conceitos de criatividade ao nível da expressão artística!
Este é um exemplo entre muitos outros de que existe uma massa crítica social e política para a qual a terra lhe começa a faltar debaixo dos pés. A pouco e pouco esse corpo identitário vai perdendo privilégios, poder de influência que detinha sobre as instituições públicas, a sua imagem de cidadãos impolutos, acima de qualquer suspeita, assume proporções de choque em cadeia quando nos apercebemos que, afinal, virtuosismo e profissão de fé não caminham de mãos dadas.
É notório que está em curso um processo de mudança de mentalidades no nosso país, a ter lugar em várias frentes, e é a essa mudança que se deve a nova atitude dos portugueses perante as grandes questões nacionais; é a essa mudança que se deve a popularidade do actual governo e do seu primeiro-ministro.
Não há dúvida de que a presidência portuguesa da União Europeia foi um sucesso; Portugal esteve à altura do acontecimento. No entanto, algo me diz que todo o patriotismo que nela foi evocado poderá vir a traduzir-se numa espécie de requiem da nossa «portucalidade», como hoje a conhecemos. Existem sinais preocupantes que nos são dados todos os dias por via das nobres intenções dos nossos parlamentares, monitorizados pelas "mentes brilhantes" dos estrategas da política, de que o cerco começa a apertar-se, de que os cidadãos comuns começam a ser personae non gratae para a maior parte dos políticos, de que a nossa livre expressão, cada vez é menos livre e mais condicionada, de que existem road maps ideológicos, os quais nos é devido observar rigorosamente.
No 25 de Abril pudemos contar com os nossos militares que, entretanto, deixaram de poder oferecer resistência. Na perspectiva de um novo e hostil virar de página, estou certa de que contaremos com a nossa magistratura judicial que não se tem deixado instrumentalizar pelo poder político, apesar de todas as tentativas deste, nesse sentido.
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domingo, dezembro 9

Um novo conceito de arquitectura em Nova Iorque


A «Blue Residential Tower» no Lower East Side de Manhattan, é o segundo empreendimento construído em Nova Iorque, sob a chancela do arquitecto suíço Bernard Tschumi, autor do projecto inovador que inicia um novo ciclo, em termos das linhas arquitectónicas, nesta grande cidade dos Estados-Unidos.
Anteriormente ao 11 de Setembro, e durante largos anos, a construção foi ditada pelos interesses económicos dos promotores e das grandes famílias de Nova Iorque, aliados às restrições impostas pelos sindicatos afectos ao sector da construção civil, ou pelos interesses financeiros das entidades empreendedoras. Foi o conceito do «wedding cake», "bolo de casamento", que durante muito tempo alimentou uma visão conservadora da arquitectura, correspondendo à exigência da existência de muita luz sobretudo nos andares inferiores e nas ruas, e em que os andares superiores construídos sob a forma de escada vão perdendo amplitude à medida da sua exposição em altura.
Foi, portanto, após a tragédia do 11 de Setembro que arquitectos internacionais de renome começaram a emitir ideias, em termos da nova perspectiva arquitectónica, prometendo revolucionar o código urbanístico até aqui vigente na cidade de Nova Iorque. Grandes nomes de arquitectos como Norman Foster, Jean Nouvel, Herzog & de Meuron e o próprio Bernard Tschumi tomaram o lugar do norte-americano Renzo Piano, um dos grandes autores dos projectos da maior parte dos edifícios desta grande cidade.
No entanto, e apesar da mudança de atitude, ainda continuam a subsistir as imposições que estão ligadas à implementação dos edifícios, tornando-se necessário rentabilizar as obras, ao mesmo tempo que se torna necessário observar as ditas restrições.
No caso da «Blue Residential Tower» foi possível aliar estas duas vertentes, atendendo a que o projecto era bastante inovador no seu conjunto, apresentando uma nova geometria, oferecendo uma maior amplitude do espaço em altura, ao contrário do que vinha sendo habitual.
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Fonte: Le Temps CH
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Artigo na Design magazine

sábado, dezembro 8

Cimeira Europa - África


Já diz o provérbio popular brasileiro que, «quem nasceu para lagartixa, nunca chega a jacaré».
E é bem verdade, quando comparamos o actual primeiro-ministro britânico, um digníssimo membro do partido trabalhista, com o anterior, Tony Blair, um homem de Estado e um verdadeiro gentleman que, apesar de ainda não tendo dado por finalizada a sua participação na política, irá, com toda a certeza, "ficar para a história", assim como Bill Clinton, o presidente da ala democrata dos Estados-Unidos que tudo tentou para pacificar os ânimos, no sentido de se chegar a um entendimento no conflito israelo-palestiniano.
Tony Blair teria estado presente na cimeira Europa – África, neste momento, a decorrer em Lisboa, porque basicamente a animosidade dos ingleses não se prende com as políticas dos Estados africanos que ferem de morte os pressupostos da Declaração Universal dos Direitos Humanos, mas sim com os agricultores (fazendeiros) ingleses no Zimbabwe, que foram expropriados dos domínios que exploravam com o beneplácito do governo de Robert Mugabe.
Tony Blair teria encontrado uma justificação plausível aos olhos dos ingleses para legitimar a sua presença na cimeira.
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Mas a cimeira realizou-se e está a ser um sucesso, na medida em que estão presentes os chefes de Estado dos países mais influentes do continente africano, o que já por si significa que eles estarão abertos a transigir nas suas políticas autoritárias ou despóticas. Caberá, portanto, à Europa unida, promover a criação de uma plataforma de entreajuda que vise, não só minorar as condições sub-humanas em que vivem os seus povos, através de planos de investimento adequados ao desenvolvimento das suas economias, mas também sensibilizar os seus respectivos líderes a transverter as políticas sociais e humanas dos seus países, isto, independentemente, de a Europa vir daí a tirar os seus benefícios, como fará todo o sentido.
Portugal é o grande anfitrião, representado por José Sócrates e apoiado por Angela Merkel (presidência tripartida) que, ao contrário de Luís Amado, já provou que domina as regras fundamentais que «escrevem» a realpolitik, primeiro passo a dar para o ponto de partida diplomático que é necessário estabelecer com os líderes dos Estados africanos, no sentido de lhes mostrar o caminho para a criação de sociedades mais pacificadas, menos beligerantes, mais equitativas, menos desiguais.
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Quanto à imprensa internacional, na sua grande generalidade, mais uma vez, ao invés de informar com isenção e sentido de responsabilidade, reservando o diferendo Brown – Mugabe para o plano do acessório (os meios de comunicação estão hoje mais do que nunca eivados da panóplia dos interesses que os amarram aos grilhões dos vários contrapoderes), seguiu as motivações da imprensa britânica traduzidas num «ne pas être à l’aise» de um primeiro-ministro que mostrou não conviver bem com a agenda internacional desta presidência Europeia.

quarta-feira, dezembro 5

Contendas partidárias


António Costa sai naturalmente reforçado deste desentendimento que envolveu a participação do executivo camarário do PSD, cifrada na fatia eleitoral da ordem dos quinze por cento, de acordo com as estatísticas oficiais das últimas eleições autárquicas.
Não fosse a Assembleia Municipal detida em maioria pelo PSD e nós não teríamos assistido a este triste episódio, em que este partido se preparava para chumbar a contratação de um empréstimo destinado ao pagamento de dívidas contraídas pela autarquia junto de pequenas e médias empresas que têm visto a sua gestão corrente abalada pelo incumprimento das suas obrigações.
Contudo, e como referiu Marcelo Rebelo de Sousa, esta proposta teria sido aprovada em Assembleia Municipal do mesmo modo e sem restrições, se António Costa tivesse mantido uma posição intransigente em relação ao montante inicial a contratar dos 500 milhões. Mas entendeu condescender, salvando, assim, a honra do convento que congrega a comunidade social-democrata.
Não cabe na cabeça de ninguém, ou só caberá na cabeça de quem não faz a menor ideia do que representa gerir uma entidade, neste caso um Município, em estado de falência técnica, em que a despesa corrente é muito superior à receita, em que para fazer a alienação de património imobiliário - sem que seja através do tipo de permutas alegadamente bastante questionáveis a que o anterior executivo social-democrata se habituou - é necessário que corram os trâmites normais que implicam a observância de legislação vária e demais procedimentos de nível administrativo, como sejam por exemplo os estudos de avaliação conjugados com os preços de mercado, em função de zonas, de estados de conservação etc. Tudo leva muito tempo, ou pelo menos deveria levar, que é o que acontece com os inúmeros processos para obtenção de licenças que chegam a estar pendentes anos até que seja encontrada uma resolução por parte de qualquer das direcções da Câmara por onde habitualmente circulam os referidos processos de licenciamento.
É inaceitável que a governance do Município continue a ser o gueto a que os munícipes lisboetas já se habituaram, apesar das sucessivas presidências que por lá têm passado e das suas promessas vãs, e de se ter constituído na primeira instituição pública que mais pessoas emprega para seguidamente ficarem confinadas ao quadro do subaproveitamento ou até mesmo do descartável.

domingo, dezembro 2

Venezuela: O movimento estudantil anti-Chávez


A Venezuela vai hoje a votos para se pronunciar sobre as mudanças constitucionais propostas pelo actual presidente, Hugo Chávez. Não sem antes ter assistido a uma das maiores manifestações dos últimos tempos naquele país, contra as suas intenções despóticas em instaurar um regime ditatorial de esquerda, por ele baptizado de “socialista”.
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Com os partidos da oposição em farrapos e os seus líderes enfraquecidos pelas sucessivas vitórias de Chávez, são presentemente os estudantes que emergem como a consciência de um país em que muitos dos actuais opositores se tinham resignado, até há bem pouco tempo, à sua crescente influência.
Essa massa crítica jovem, a quem Hugo Chávez chama de “fascistas” e “meninos mimados”, apelidando os seus líderes de “terroristas”, faz parte de um grupo ecléctico de estudantes universitários, alguns provenientes de indiscriminados campus públicos e outros das escolas privadas da elite.
Por outro lado, também é certo de que existe um movimento estudantil pró-Chávez cujo número, segundo o presidente, supera o movimento oposicionista que Chávez desacredita, acusando-o de ter ligações com os oligarcas que pretendem governar a Venezuela.
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Os líderes do movimento estudantil da oposição, provêm de universidades da elite, como a Andres Bello, a proeminente universidade católica de Caracas, constando também, através de dados disponibilizados pelo departamento do National Security Archive da Universidade George Washinghton, de que foram atribuídos fundos a estudantes no valor de $ 216,000, a partir do ano de 2003 até à data, ao abrigo de programas denominados: “resolução de conflitos”, “promoção da democracia”, etc.
O autor da pesquisa, Jeremy Bigwood, teve acesso a outros documentos que comprovam a ajuda dos Estados-Unidos aos grupos estudantis anti-Chávez, reveladores da intenção da Administração Bush em medir o pulso a este movimento, apesar da porta-voz da embaixada norte-americana em Caracas negar o apoio dos Estados-Unidos aos partidos políticos da oposição, salientando ser este unicamente extensivo à “actividade não-partidária da sociedade civil”.
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Não obstante, e segundo a opinião deste pesquisador, o apoio dado pelos Estados-Unidos ao movimento estudantil anti-Chávez não influi significativamente nas motivações que opõem este movimento às mudanças políticas do actual presidente venezuelano.
Muitos dos estudantes que compõem esse movimento são oriundos da maior universidade pública do país, a Universidad Central de Venezuela, que tem cerca de 40.000 estudantes. Aqui os estudantes são decididamente de esquerda, em princípio opositores da Administração Bush, mas alinhando por uma esquerda moderada que tem alimentado, do ponto de vista ideológico, as diferentes eleições de governantes na América do Sul.
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Stalin Gonzalez, um estudante de direito de 26 anos, é um dos líderes. O seu pai, um antigo membro do “Movimento Bandeira Vermelha” tinha tanta afinidade com a esquerda política que nomeou os seus três filhos de Stalin, Lenin e Engels Gonzalez.
Este jovem considera, no entanto, que Chávez não é um politico de esquerda, mas um autocrata cuja administração pretende tão somente acumular poder. Stalin Gonzalez mostra-se particularmente preocupado quanto às alterações à Constituição que permitirão ao presidente manter-se no poder indefinidamente.
Contudo, o propósito deste movimento estudantil, onde se incluem igualmente outros estabelecimentos de ensino superior, como a Yon Goicoechea e a Freddy Guevara, ambos pertencentes à universidade católica Andres Bello, não é destronar Chávez, mas combater o Referendo e, no próximo ano, promover uma reconciliação nacional com vista a um país mais polarizado do ponto de vista político.
“Isto não é uma guerra entre esquerda e direita. Acreditamos que a Venezuela tem que ter democracia. Democracia significa respeito. Democracia significa expressão livre. Democracia significa poder dizer-se o que se quer sem se ser reprimido”, diz Stalin Gonzalez.
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Bernardo Alvarez, o embaixador da Venezuela em Washington tenta desvalorizar a importância do movimento estudantil, ao colocar questões que o implicariam com a classe política tradicional. Mas as manifestações estudantis têm estado presentes em todos os momentos-chave de protesto contra as decisões autocráticas de Chávez, como no caso do encerramento da estação de televisão privada Rádio Caracas Television e agora contra a campanha governamental pró-Referendo. Os estudantes são unânimes em afirmar que o seu movimento não pode ser sustido; eles são o futuro do país.

Fonte: The Washington Post