Na passada semana, no jornal das nove da Sic Notícias, o Dr. Alfredo Barroso, um dos habituais comentadores daquele bloco noticioso, ao ver-se confrontado com a opinião bastante elogiosa de Narana Coissoró sobre a presidência portuguesa da União Europeia, referiu, antes de "se ver forçado" a seguir a mesma linha de raciocínio, o facto de ser «politicamente correcto» dizer-se bem do exercício desta presidência.
Já anteriormente, aquando da polémica que se instalou relativamente à aquisição por parte do governo das obras que compõem o acervo do Museu Berardo, este comentador foi altamente crítico quanto a este acordo, tendo afirmado que as obras expostas no Centro de Arte Moderna e Contemporânea, no Município de Oeiras, que alberga a colecção de Manuel de Brito, referente à arte portuguesa do século XX, seriam em tudo superiores às da colecção Berardo: como se pudessem existir parâmetros de comparação entre estes dois conceitos de criatividade ao nível da expressão artística!
Este é um exemplo entre muitos outros de que existe uma massa crítica social e política para a qual a terra lhe começa a faltar debaixo dos pés. A pouco e pouco esse corpo identitário vai perdendo privilégios, poder de influência que detinha sobre as instituições públicas, a sua imagem de cidadãos impolutos, acima de qualquer suspeita, assume proporções de choque em cadeia quando nos apercebemos que, afinal, virtuosismo e profissão de fé não caminham de mãos dadas.
É notório que está em curso um processo de mudança de mentalidades no nosso país, a ter lugar em várias frentes, e é a essa mudança que se deve a nova atitude dos portugueses perante as grandes questões nacionais; é a essa mudança que se deve a popularidade do actual governo e do seu primeiro-ministro.
Não há dúvida de que a presidência portuguesa da União Europeia foi um sucesso; Portugal esteve à altura do acontecimento. No entanto, algo me diz que todo o patriotismo que nela foi evocado poderá vir a traduzir-se numa espécie de requiem da nossa «portucalidade», como hoje a conhecemos. Existem sinais preocupantes que nos são dados todos os dias por via das nobres intenções dos nossos parlamentares, monitorizados pelas "mentes brilhantes" dos estrategas da política, de que o cerco começa a apertar-se, de que os cidadãos comuns começam a ser personae non gratae para a maior parte dos políticos, de que a nossa livre expressão, cada vez é menos livre e mais condicionada, de que existem road maps ideológicos, os quais nos é devido observar rigorosamente.
No 25 de Abril pudemos contar com os nossos militares que, entretanto, deixaram de poder oferecer resistência. Na perspectiva de um novo e hostil virar de página, estou certa de que contaremos com a nossa magistratura judicial que não se tem deixado instrumentalizar pelo poder político, apesar de todas as tentativas deste, nesse sentido.
Este é um exemplo entre muitos outros de que existe uma massa crítica social e política para a qual a terra lhe começa a faltar debaixo dos pés. A pouco e pouco esse corpo identitário vai perdendo privilégios, poder de influência que detinha sobre as instituições públicas, a sua imagem de cidadãos impolutos, acima de qualquer suspeita, assume proporções de choque em cadeia quando nos apercebemos que, afinal, virtuosismo e profissão de fé não caminham de mãos dadas.
É notório que está em curso um processo de mudança de mentalidades no nosso país, a ter lugar em várias frentes, e é a essa mudança que se deve a nova atitude dos portugueses perante as grandes questões nacionais; é a essa mudança que se deve a popularidade do actual governo e do seu primeiro-ministro.
Não há dúvida de que a presidência portuguesa da União Europeia foi um sucesso; Portugal esteve à altura do acontecimento. No entanto, algo me diz que todo o patriotismo que nela foi evocado poderá vir a traduzir-se numa espécie de requiem da nossa «portucalidade», como hoje a conhecemos. Existem sinais preocupantes que nos são dados todos os dias por via das nobres intenções dos nossos parlamentares, monitorizados pelas "mentes brilhantes" dos estrategas da política, de que o cerco começa a apertar-se, de que os cidadãos comuns começam a ser personae non gratae para a maior parte dos políticos, de que a nossa livre expressão, cada vez é menos livre e mais condicionada, de que existem road maps ideológicos, os quais nos é devido observar rigorosamente.
No 25 de Abril pudemos contar com os nossos militares que, entretanto, deixaram de poder oferecer resistência. Na perspectiva de um novo e hostil virar de página, estou certa de que contaremos com a nossa magistratura judicial que não se tem deixado instrumentalizar pelo poder político, apesar de todas as tentativas deste, nesse sentido.
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