quinta-feira, junho 12

La mala educación


Hoje fui insultada através da caixa de comentários de um blogue, o Portugal Contemporâneo. Fui eu e a minha progenitora que já se finou, e que, da forma como se finou, não ficou a dever nada à sociedade.
Não é a primeira vez que sou insultada por comentadores daquele blogue, sem que os seus autores, refiro-me aos fundadores, nada tenham feito para evitar essa situação, à semelhança do que acontece com outros blogers, que diariamente fazem a gestão das suas caixas de comentários (através da pura e simples anulação ou da reprimenda que é a medida de coacção, a meu ver, mais didáctica, e a que permite o claro posicionamento dos autores do blogue em relação ao comentário injurioso), de modo a evitar insultos e abusos de linguagem traduzidos em autênticos fluxos diarreícos verbalizados por pessoas sem escrúpulos, enfim, aquilo a que poderíamos chamar os verdadeiros escroques da nossa sociedade.
Mas o Portugal Contemporâneo é um blogue liberal. E ao que parece as práticas liberais tudo permitem; a liberdade individual está acima de qualquer coisa; não sei bem se os liberais se regem por valores, sobretudo os éticos, e/ou se existe uma matriz que “regulamente” esses valores: provavelmente não. A liberdade individual é omnisciente, cada qual defende os valores que muito bem entende.
Pelo conhecimento que já adquiri, a blogosfera portuguesa, sobretudo a que reúne as chamadas “pessoas de posição”, que detêm cargos de responsabilidade na nossa sociedade a vários níveis, e salvo raras excepções, que se podem contar pelos dedos das mãos, transformou-se no ponto de encontro virtual de pessoas com patologias várias que encontram na utilização livre do verbo o escape para os seus dias mais “stressantes”, para os seus infortúnios, para as pressões de vária ordem a que estão sujeitos no seu dia-a-dia, desde o desamor à falta de dinheiro, as ambições impossíveis de concretizar, atendendo às várias conjunturas, à incapacidade de coordenar, expor e fazer prevalecer as suas ideias, transformando-os na nata da blogosfera, capaz de os colocar na ribalta do circulo mediático.
Não fosse o envolvimento da senhora minha mãe e este post nunca seria publicado, porque, embora não parecendo, sou uma pessoa bastante tolerante. Mas, também pretendo com isto solidarizar-me com o Sr. Primeiro-ministro, relativamente a uma queixa apresentada por injúrias à sua pessoa por um autor de blogue. Apesar de, na altura, não ter compreendido a sua atitude, e tendo manifestado esse facto numa qualquer caixa de comentários, hoje a minha posição em relação a esse incidente alterou-se, porque senti na pele os mesmos efeitos. E só espero é que o bloger visado venha a ser sentenciado de modo a servir de exemplo a todos os utilizadores deste espaço virtual, pelo menos até que, oficialmente, seja encontrada uma saída que regulamente e sancione as ofensas, a partir dos abusos de linguagem, produzidas em relação a terceiras pessoas.
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Adenda 1: Afinal ao que consta o processo que aqui menciono objecto da queixa apresentada por José Sócrates foi arquivado ainda em fase de inquérito, não tendo este recorrido da decisão do Ministério Público, e, do mesmo modo, não tendo deduzido acusação particular, ainda na fase processual do inquérito, conforme lhe competia enquanto queixoso. Agora chego à conclusão de que fez mal, Sr. Primeiro-ministro, fez muito mal.
Recolhi esta informação ainda na mesma caixa de comentários do blogue Portugal Contemporâneo, cuja fonte me parece ser fidedigna, dado tratar-se da esposa de Pedro Arroja, um dos autores do referido blogue, merecendo-me, portanto, o mesmo crédito que este destacado catedrático, uma figura ímpar e altamente respeitada pela generalidade dos blogers portugueses de referência.
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Adenda 2: Venho apresentar as minhas desculpas pessoais e públicas ao Pedro Arroja, autor do blogue a que acima me refiro, pelo segundo lapso que, pelos vistos, acabei por cometer ao afirmar que a fonte da qual obtive a informação por mim veiculada em anterior Adenda, seria sua esposa. Longe de mim pretender provocar qualquer tipo de constrangimento. Francamente não sei o que me levou a pensar desse modo; estava plenamente convencida de que assim era. Fica aqui feito o desagravo, aproveitando para renovar o meu pedido de desculpas àquele ilustre bloger.