Portugal, com cerca de 5 milhões de emigrantes a viver no estrangeiro, depara-se agora com uma nova realidade, não menos desoladora, do que a do facto de inúmeras famílias se verem obrigadas a trabalhar fora da sua terra natal para poderem sobreviver, que é o número crescente de imigrantes provenientes do Brasil, de Cabo Verde e da Ucrânia que estão a ser alvo de exploração, por parte de empresas de construção civil que os “contratam” à semana, em condições desumanas fazendo lembrar os mercados de escravos do século passado.
Esta notícia acaba de ser publicada no jornal italiano Corriere della Sera, que nos descreve, em pormenor, os tormentos por que passam estes homens - a maior parte a viver em situação de clandestinidade no nosso país -, na esperança de serem contratados, ainda que numa situação de elevada precariedade, pois só assim, poderão assistir às necessidades básicas das suas famílias que os aguardam nos bairros da periferia da cidade de Lisboa.
O local de encontro é na zona do Campo Grande, debaixo do viaduto da 2ª circular, à 2ª feira, por volta das 6:30 da manhã. O contratante com base na avaliação que faz da condição física do trabalhador, compra ou não a sua força de trabalho. Estabelece pagar um preço, entre 50 a 75 € por dia, mas só depois de o ver a trabalhar. Os que não foram contratados, regressam na 4ª feira seguinte, dia em que o contratante passará de novo para adquirir novas forças de trabalho destinadas a substituir as que, entretanto, já deram provas da sua "incapacidade".
O quadro a que se assiste é o da luta pela sobrevivência. Seres humanos empurrando-se uns aos outros para chamar a atenção na esperança de serem escolhidos, uma avaliação feita num segundo e um taipal de camioneta que desce, permitindo a subida precipitada de corpos humanos que são transportados como gado até aos estaleiros das obras onde irão permanecer durante a semana.
Esta notícia acaba de ser publicada no jornal italiano Corriere della Sera, que nos descreve, em pormenor, os tormentos por que passam estes homens - a maior parte a viver em situação de clandestinidade no nosso país -, na esperança de serem contratados, ainda que numa situação de elevada precariedade, pois só assim, poderão assistir às necessidades básicas das suas famílias que os aguardam nos bairros da periferia da cidade de Lisboa.
O local de encontro é na zona do Campo Grande, debaixo do viaduto da 2ª circular, à 2ª feira, por volta das 6:30 da manhã. O contratante com base na avaliação que faz da condição física do trabalhador, compra ou não a sua força de trabalho. Estabelece pagar um preço, entre 50 a 75 € por dia, mas só depois de o ver a trabalhar. Os que não foram contratados, regressam na 4ª feira seguinte, dia em que o contratante passará de novo para adquirir novas forças de trabalho destinadas a substituir as que, entretanto, já deram provas da sua "incapacidade".
O quadro a que se assiste é o da luta pela sobrevivência. Seres humanos empurrando-se uns aos outros para chamar a atenção na esperança de serem escolhidos, uma avaliação feita num segundo e um taipal de camioneta que desce, permitindo a subida precipitada de corpos humanos que são transportados como gado até aos estaleiros das obras onde irão permanecer durante a semana.
Isto passa-se no nosso país, um estado comunitário europeu, no século XXI.
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