terça-feira, outubro 30

A malícia no Conselho de Estado


A ser verdade que António Capucho sucede a Marques Mendes no Conselho de Estado, será a primeira vez, na história do PSD, que um presidente eleito por sufrágio directo, subscritor da lista ganhadora em congresso que nomeou os dirigentes da sua comissão política, não ocupa aquele lugar deixado livre pelo líder cessante.
Os conselhos de jurisdição dos partidos políticos, baseado nos seus estatutos, seguem normalmente a nomenclatura do preceituado legal que rege o nosso Estado de direito no que diz respeito às boas práticas internas a ter em atenção quando está em causa a lisura dos procedimentos a adoptar, sempre que surjam divergências no plano da ética e dos bons costumes.
Imagine-se agora o cenário de um qualquer acto eleitoral em que o nível de abstenção se resumisse unicamente à votação dos militantes dos partidos políticos ou movimentos de cidadania constituídos para o efeito, e em que os partidos de esquerda (PCP, BE e MC) obtivessem a maioria dos votos, entendessem coligar-se e formar governo. Em Portugal seria razão bastante para dar lugar a um golpe de Estado, a avaliar pelo comportamento deste "barão" do PSD, o primeiro maior partido da oposição.
Pois, é essa a leitura que eu faço da obstinação de António Capucho em seguir um caminho falacioso incentivador das más práticas, baseando-se numa lógica de polichinelo, por sua vez apoiado pelos notáveis do partido, ávidos em controlar os centros de decisão e de informação procedentes da mais alta hierarquia do Estado.

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