terça-feira, julho 24

Demagogia q.b.


Passados que estão dois anos sobre as pretensas políticas neo-liberais de Santana Lopes, o PSD vê-se, de novo, confrontado com o “remake” da sua história do passado recente, na figura de Luís Filipe Menezes, candidato à liderança deste partido, nas próximas eleições directas, com data prevista para Setembro.
A tónica predominante da campanha de LFM fará regressar aos canais de informação o populismo mais deslavado a que alguma vez já assistimos, e conta com os conhecidos temas fracturantes, actualmente, em cima da mesa, ornamentados com a pátina laranja que corresponde à visão distorcida dos factos, como convém à táctica populista para angariação de votos: a perseguição aos funcionários públicos, o encerramento de escolas e centros de saúde, a flexi-segurança, a taxa de desemprego e o crescimento económico abaixo da média europeia. LFM tem a solução para todos estes problemas! Lamentável é o facto de o seu partido não a ter posto em prática enquanto esteve no governo, nem ter providenciado a reforma da administração pública que agora tanto reclama, e diz ser um dos focos principais da linha programática do seu partido, um partido genuinamente reformista. Acaso ainda não se tenha decidido por vender a alma ao diabo, e, numa altura em que a orientação da política económica europeia passa por um controlo mais restritivo do âmbito da aplicação do Welfare State, muito provavelmente, LFM estará disposto a seguir as pegadas de Nicolas Sarkozy, começando por impugnar o cumprimento do Pacto de Estabilidade e Crescimento que, apesar de, em condições bastante adversas, o actual governo tem vindo a observar.
A tal política do paliativo, que não servindo para curar, tem a grande vantagem em fazer adiar a morte, permitindo-nos respirar de alívio, enquanto ela tarda em anunciar-se.
É possível que LFM venha a ganhar as eleições, a alternativa é inócua e o tão propalado pluralismo ideológico, apanágio do seu partido, em vez de congregar, desagrega, pois, independentemente das circunstâncias, não se afigura possível debaterem-se ideias e argumentos de barriga vazia.


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