quarta-feira, agosto 29

Cooperação portuguesa no combate ao separatismo basco


A tempestade que os espanhóis não estão a fazer no copo de água que são as intenções activistas do comando da organização separatista basca ETA, em território português!
Porque carga de água é que esta organização separatista iria perpetrar atentados em Portugal, quando a base do problema reside em Espanha? O que não quer dizer que quanto maior for o intercâmbio e a cooperação entre os governos dos dois países em prol desta causa anti-separatista defendida pela Moncloa, maior será a probabilidade de Portugal vir a ser afectado pelo efeito ricochete que desta contenda advier.
Penso que este é um sinal a que o nosso governo deverá estar atento, porque, a partir de agora, irão ser exercidas todo o tipo de pressões, junto da magistratura de influência portuguesa, para que seja dado livre trânsito às autoridades jurídicas e judiciárias espanholas, no sentido de poderem actuar no nosso espaço jurisdicional como muito bem entenderem.
Já ficou provado no caso Maddie que o termo “cooperação”, no contexto europeu, pressupõe sempre supremacia de poder da parte de um dos lados. E isto tem, nomeadamente, a ver com o grau de influência que cada estado-membro exerce no seio dos respectivos centros decisórios da União, e que está directamente ligado ao índice de credibilidade que inspira junto dos estados-membros nucleares, designadamente dos fundadores que contribuíram para a maior parte dos fundos comunitários que foram atribuídos. No caso da Espanha, o respeito que já lhe é reconhecido como estado hegemónico, provem da sua grande autonomia financeira, consolidada pelo crescimento económico dos últimos anos.
Mas voltando à questão essencial deste post, penso que o que quer que oponha o governo central espanhol ao movimento separatista basco, deverá ser resolvido das portas para dentro, sem o envolvimento de terceiros, neste caso de Portugal. A Espanha tem que saber libertar-se dos resquícios caudilhistas de inspiração franquista, como táctica recorrente no combate ao separatismo, optando pela estratégia diplomática que induz ao bom senso, e lhe permita achar uma solução para o conflito pela via pacífica, à semelhança da que foi encontrada no caso muito idêntico da Irlanda do Norte.

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